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Cultura do aleitamento materno

Atualizado: 24 de set. de 2019

O que é e como se manifesta a cultura do aleitamento? Por que ela é tão importante para o futuro do país? Quais as práticas e códigos culturais que favorecem e quais impedem o florescimento dessa cultura? Como superar a cultura do leite em pó, estimulada pela indústria e prejudicial ao desenvolvimento humano?



Pensando nessas questões, saímos a campo para acompanhar mães em período de aleitamento exclusivo, presenciando e compreendendo todos os momentos em que a família, o sistema de saúde, os pediatras, colocam a mulher em situação de descrença de sua própria capacidade de prover leite materno ao seu filho, sendo impelidas a optar pelo leite artificial (em breve faremos um artigo especialmente para falar disso).


O aleitamento materno é uma prática cultural. E só será estimulada, continuada e amplamente difundida se houver uma quebra sistêmica que possibilite reverter o quadro atual. São inúmeros fatores que influenciam esse processo de contracultura. Não é só uma questão de recuperar hábitos antigos. É preciso reinventar a cultura do aleitamento.


Voltamos na história nos deparamos com a Ama de Leite, a escrava que amamentava os filhos da aristocracia em detrimento de sua própria cria. Talvez nos ajude a compreender porque o leite em pó encontre terreno mais fértil junto ao topo da pirâmide socioeconômica.


A decisão de amamentar é da mulher. Só ela sabe avaliar qual a melhor maneira de proteger a sua cria. Dilemas como ir ao mercado de trabalho ou amamentar em livre demanda só podem ser respondidos individualmente, por quem vive na pele a pressão e o desconforto de ser mulher em uma sociedade criminosamente machista. E que nega o apoio mínimo, não a ela mulher, mas a toda geração futura.


A cultura do aleitamento materno precisa estar em sintonia com o protagonismo da mulher, o poder da mulher negra, o redescobrimento da mulher indígena. Não podemos mais suportar uma sociedade em que “47% das mulheres no Brasil sofreram algum tipo de preconceito por amamentarem em público”, como indica a ‘Pesquisa Global sobre Aleitamento Materno 2015’.


Precisamos compreender para superar a geração dos anos 60 e 70, que vivenciou um dramático declínio das taxas de aleitamento materno. Segundo o pediatra Daniel Becker “mais de 70% dos bebês americanos recebiam fórmulas de composto lácteo, nos anos 60”, por exemplo.


A luta pela narrativa surge como um dos fatores decisivos nesse processo. O discurso da cultura de leite em pó é muito bem estruturado e encontra apoio na ciência, na academia, na indústria hospitalar, nas clínicas e profissionais de saúde, sobretudo os pediatras. E se deleita com a indústria da mídia, que não aceita contrariar esse discurso, fartamente amparado por ricas campanhas publicitárias. 


Imbuída do respaldo e da responsabilidade das 700 benfeitoras que ajudaram a realizar este filme, e auxiliada por uma equipe ética e profissionalmente envolvida com a mãe de todas as causas, declaramos abertos os trabalhos da mobilização #180DiasDePeitoAberto, cujo objetivo é promover conversas em rede sobre alguns dos mais importantes temas que serão abordados pelo filme DE PEITO ABERTO, que será lançado nos cinemas em agosto.


Te encontro nas redes!


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