Somos os realizadores do filme De Peito Aberto. Durante quatro anos ficamos submersos no rico universo do aleitamento materno. Conhecemos pessoas, movimentos, instituições e redes que nos inspiraram e nos deram força para concretizar este tão ambicioso quanto necessário projeto.
Mais do que contar histórias sobre mães sofrendo e se deliciando com a amamentação, tornamo-nos defensores dessa que é a mãe de todas as causas, a base para o desenvolvimento de uma cidadania plena. A luta para construir uma cultura de aleitamento não vem de hoje e já envolve e engaja importantes agentes sociais.
Queremos nos juntar a esse movimento. Temos na bagagem um rico acervo, com entrevistas, dados e análises de alguns dos mais importantes estudiosos do assunto. Uma pequena parte desse material foi utilizada no filme. Embora muito rica, ela é insuficiente para abarcar com profundidade todas as dimensões do aleitamento materno.
A maneira que encontramos para tornar esse conteúdo acessível foi organizando-o e trabalhando-o junto aos mais importantes agentes de transformação social. Se você está lendo este texto é porque consideramos que você é um desses agentes e pode nos ajudar a criar a massa crítica necessária à compreensão e a uma verdadeira e possível mudança cultural.
São seis grandes blocos temáticos, que permitem dissecar os aspectos culturais, históricos, políticos e econômicos da amamentação. Muitos desses assuntos não são motivo de debate público. Quando são, ficam confinados em grupos de afinidade. Queremos estourar essa bolha e espalhar os anticorpos do leite materno para toda a sociedade.
O objetivo principal dessa mobilização é provocar mudança de comportamento dos principais agentes envolvidos com o aleitamento materno, pautando conversas e principalmente ações positivas e de incentivo ao ato de amamentar. O foco é o aleitamento materno exclusivo, recomendado pela Organização Mundial de Saúde para acontecer durante os primeiros 180 dias de vida. No Brasil a média é de apenas 54 dias.
Acreditamos na autonomia da mulher, na sua escolha sobre querer ou não amamentar. Mas precisamos de condições mínimas para garantir esse direito a ela. A primeira garantia é a informação precisa, científica. Está comprovado que o leite materno não tem substituto. É superior em todos os aspectos. A segunda é a condição social de igualdade de direitos para a mulher. Não podemos exigir que recaia sobre ela a dedicação de parte importante da sua vida economicamente ativa aos filhos, em detrimento de sua competitividade no mercado de trabalho. Ou o aleitamento é um investimento de toda a sociedade ou esse futuro não vai se tornar realidade.
Organizamos uma pasta com todo o material realizado para a Mobilização Social em torno do filme. Além de textos, artes, memes, material para divulgar nas redes sociais, produzimos uma série de minidocumentários chamado #180DiasDePeitoAberto que explora a pesquisa e o processo criativo do filme, que durou 4 anos e rendeu mais de 200 horas de material filmado.
Iniciamos uma grande conversa nas redes sociais. E esperamos entregar um rico material para estimular e parametrizar uma discussão em parceria com líderes de opinião, blogueiros/as, influenciadores, canais de comunicação, empresas, universidades, profissionais de saúde.
Nossa ideia é que essa conversa sirva de instrumento de mobilização e consiga alcançar grandes audiências, fazendo valer o esforço de mais de 700 mulheres que ajudaram a financiar De Peito Aberto.
Queremos aprofundar o debate e ampliar a teia de agentes envolvidos com o debate público de temas como protagonismo da mulher, direitos humanos, políticas públicas. Queremos falar sobre a rede de apoio necessária para que o aleitamento aconteça, analisar e tentar neutralizar a força da indústria. Para isso precisamos do seu engajamento.
Coloque a boca no trombone. Chegou a hora de falar sobre aleitamento materno.
Use as hashtags #180DiasDePeitoAberto #filmedepeitoaberto #aleitamentomaterno #culturadoaleitamento #amamentação #breastfeeding
Venha fazer parte dessa mobilização!
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